Eu tenho medo do Natal. Pavor. Sempre espero alguma coisa bastante ruim acontecer - porque de fato, todo ano acontece. Se bem que ano passado não me lembro de nada ruim ter acontecido...mas enfim, fatos registrados em anos anteriores são o suficiente para eu temer essa data.
"Estou com medo. Tive pesadelo."
23/12/2012
22/12/2012
Felicidade alheia.
Pega a tua felicidade, teu amor, tua porra toda e vai para o quinto dos infernos com eles.
20/12/2012
A dor de ser quem sou
Meu problema é culpar os outros pelas minhas insatisfações: a criação que meus pais me deram, algum (pseudo)problema aleatório com meu namorado, alguma coisa que deu errado no meu trabalho, o trânsito da cidade, o abandono que se encontra a cidade, os políticos que convivo, a educação das pessoas...sempre os outros. Os outros me detonam. Os outros são os culpados do meu humor ruim e do meu temperamento variável. É graças aos outros que sou mais uma na estatística dos "tarjas pretas e depressivos". Os outros. Os outros. Sempre eles. Amém.
Ontem escrevi uma lamentação no facebook sem indiretas para ninguém - o que é uma merda, pois acaba pegando a última pessoa que deveria pegar, justamente aquela que você jamais acabaria cutucando - mas enfim, voltando a lamentação, enquanto eu escrevia me vinha a cabeça que estava expondo a minha vida algo delicado: o fim de um ciclo (no caso o fim da faculdade + carteira do conselho relativo), mas também uma vitória que estava encobrida com uma lamentação que perdura sabe-se-lá-por-que-Deus desde agosto.
Já coloquei a culpa em tudo, mas sempre nos outros. E sempre o sofrimento presente me sufocando. Me acordando madrugada a dentro, fazendo chorar no meio da rua e por fim me levando ao médico. Os outros. Ora os pais. Ora o dinheiro. Ora o trabalho. Ora a falta do trabalho que queria. Ora ter sido rejeitada.
Enquanto escrevia a lamentação eu percebi que a solução do problema era simples e eu até sabia sua raíz. Eu era o problema.
Não da forma que eu via: eu nasci e causo problemas para os meus pais. Mas eu crio problemas e culpo os outros. Sei lá qual é o problema e jogo a culpa em quem vejo pela frente. É como ficar achando soluções infinitas para problemas irreais. Essa é a raíz do meu sofrimento. Eu crio situações. Me embolo nelas. Jogo a culpa nos outros e ainda quero que os outros me escutem.
Genia.
Causei sofrimento em mim e em todos que amo. Não me resolvi e machuquei quem amava. Genial. Essa sou eu.
Ontem escrevi uma lamentação no facebook sem indiretas para ninguém - o que é uma merda, pois acaba pegando a última pessoa que deveria pegar, justamente aquela que você jamais acabaria cutucando - mas enfim, voltando a lamentação, enquanto eu escrevia me vinha a cabeça que estava expondo a minha vida algo delicado: o fim de um ciclo (no caso o fim da faculdade + carteira do conselho relativo), mas também uma vitória que estava encobrida com uma lamentação que perdura sabe-se-lá-por-que-Deus desde agosto.
Já coloquei a culpa em tudo, mas sempre nos outros. E sempre o sofrimento presente me sufocando. Me acordando madrugada a dentro, fazendo chorar no meio da rua e por fim me levando ao médico. Os outros. Ora os pais. Ora o dinheiro. Ora o trabalho. Ora a falta do trabalho que queria. Ora ter sido rejeitada.
Enquanto escrevia a lamentação eu percebi que a solução do problema era simples e eu até sabia sua raíz. Eu era o problema.
Não da forma que eu via: eu nasci e causo problemas para os meus pais. Mas eu crio problemas e culpo os outros. Sei lá qual é o problema e jogo a culpa em quem vejo pela frente. É como ficar achando soluções infinitas para problemas irreais. Essa é a raíz do meu sofrimento. Eu crio situações. Me embolo nelas. Jogo a culpa nos outros e ainda quero que os outros me escutem.
Genia.
Causei sofrimento em mim e em todos que amo. Não me resolvi e machuquei quem amava. Genial. Essa sou eu.
12/12/2012
Raiva
Quer saber? Vai para a puta que pariu.
Aproveita e leva a sua vidinha miseravel de merda para lá também.
Aproveita e leva a sua vidinha miseravel de merda para lá também.
08/12/2012
Antimemória.
Três tipos diferentes de antidepressivos. Nenhuma melhora em duas semanas.
- Doutor, eu estou tomando os remédios.
- Acabaram, precisa de mais receita?
- Preciso sim! Do que adianta tomar remédio se o que está me destruíndo está aqui, dentro de mim? Lembranças boas, lembranças ruins, todas elas de vez e a tona. Quero uma receita para algo que apague permanentemente a minha memória.
- Doutor, eu estou tomando os remédios.
- Acabaram, precisa de mais receita?
- Preciso sim! Do que adianta tomar remédio se o que está me destruíndo está aqui, dentro de mim? Lembranças boas, lembranças ruins, todas elas de vez e a tona. Quero uma receita para algo que apague permanentemente a minha memória.
27/11/2012
Quando o não aparece
Nesses últimos meses tive me acostumar com o “não”. Não como
opção, mas como o único caminho, e apesar de estar sempre preparada para o não
(sou pessimista por natureza) ele dói. Estou na crise do pós-formada. Fiz uma
excelente faculdade de um curso que não gostava, mas aprendi a suportar e não
foi porque não gostava que não fiz bem feito. Fiz muito bem-feito com um CR de
poucos. Até então, eu com meus 23 anos, achava que tudo me poderia ser
possível: sou jovem, tenho um diploma debaixo do braço e experiência de
mercado. Cheguei a ser profissional plena aos 20 anos! Sou foda.
Não sou e tem gente que é muito melhor. Primeiro axioma. Por
melhor que eu seja, sempre haverá alguém muito melhor.
Segundo axioma: nem tudo depende de mim. Sou muito prática –
se tiver que resolver jogo nos peitos e vou a luta. Comecei a trabalhar cedo,
tive que ouvir que meus sonhos deveriam ser readaptados a realidade que vivo e
fui atrás. Quando você vai atrás de algo com garra e vontade, sendo que só
depende de você, a coisa rola. Foi assim que encarei duas federais e levei até
o final. Fácil só dependia de mim – e das greves. Mas no mercado de trabalho a
coisa não é assim, depende de outras variáveis que não estão no meu controle. Variáveis
que por mais que eu tenha estudado 5 anos de administração e em tese pelo menos
deveria imaginar quais são, eu não faço a menor idéia. Subjetivas, intrínsecas
e que muitas vezes te torturam imaginando onde foi que eu errei. Mas será que
eu errei?
Me inscrevi em trocentos processos de trainee. Assim, digo
trocentos porque nem sei mais quais empresas me candidatei, hoje mesmo recebi
pelo menos 3 negativos. Amanha provavelmente eu receba outro. Um me chamou para
entrevistas e cheguei até a final, porém não passei. Acho que é mais fácil
passar em concurso público do que ser chamada em processo de trainee.
Isso não ajuda a melhorar o estado que estou, completamente
frustrada. Parece simplesmente que as horas estão passando e eu estou
estacionada; as frustrações não se limitam a vida profissional também a vida
pessoal .
Na sexta passada tive uma crise de ansiedade. Cruel. Fiquei com
o lado direito do meu corpo paralisado e o coração parecia ser a única coisa
que funcionava – e funcionava com força. A cabeça era uma completa oficina do
diabo, todos os medos mais primitivos me batiam a porta. Quanto mais batia a
porta menos meu braço respondia.
Acho que surtei. Acho não, tenho certeza que surtei. Estou escrevendo
isso aqui como um desabafo quase que desesperado de alguém que precisa muito
ter pelo menos um foco para digitar. Na minha mesa tem um copo de café frio sem
açúcar, duas caixas de ansiolíticos (sendo um para caso eu sinta que
paralisarei em breve) e um telefone conectado 30 horas na internet me mostrando
tudo aquilo que eu não quero ver – mas meu lado masoquista implora para ver.
Mais um não. Mais um você não serve. Mais um você não
preenche.
Quantos nãos serão necessários para que eu possa recobrar
meu estado normal?
25/11/2012
18/11/2012
12/11/2012
29/10/2012
03/10/2012
02/10/2012
Testes
"Os dois testes mais duros são: paciência para esperar o momento certo e coragem de não nos decepcionar com o que encontramos."
25/09/2012
Tristeza
Há muitos anos atrás, me disseram que eu tinha o "dom de fazer com que as pessoas que eu amo passassem a me odiar". Na época fiquei arrasada e parei de falar com essa pessoa, achei que foi uma tremenda maldade comigo e que não era assim.
Hoje eu estou passando por algo muito ruim, estou com um medo imenso das coisas terem dado errado, e para isso não existe "remédio". Me dei conta da máxima: o quanto eu sou estúpida. Eu realmente acabo fazendo as pessoas que me amam me odiarem por conta dos meus atos impulsivos, malucos e egoístas.
Cara, que merda de pessoa que eu sou.
ps: estou apavorada.
18/09/2012
Palavras
Meu mau é que eu falo demais. Na verdade eu falo para caralho e não tenho uma trava. Existem coisas que você precisa enfiar na bosta do subconsciente e largar lá - uma hora você esquece. Mas Mimimi nãããããão, ela fala. Aí ferrou. Agora bate aquele arrependimento filho da puta, aquela dor na alma e a vontade de gritar histericamente a plenos pulmões que não era isso, ou que era aquilo, ou sei lá o quê.
Eu sou foda viu? E não é no sentido positivo da palavra.
E agora?
14/09/2012
01/09/2012
30/08/2012
Mágoa
Essa semana eu recebi uma atualização do facebook de uma
amiga, na qual ela dizia: “Não importa o quanto essa pessoa te ame, ela um dia
irá te magoar”. Na hora que li senti um arrepio na espinha.
É, essa sentença entrou na minha vida como um axioma.
20/08/2012
Ansiedade
Estou na faculdade de engenharia. Estudando TI. Curiosamente sou administradora especialista em TI. Nesse momento a ansiedade que estou sentido parece que vai me engolir começando pelo coração. E eu aqui paralisada sem ouvir e ver nada. Pode falar que estou com medo?
17/08/2012
Desabafo
Há alguns dias venho pensando no que escrever aqui. Queria
contar alguma coisa engraçadinha ou recheada de palavrões, ou até mesmo falar
das minhas viagens, mas nem sei quando terei humor e paciência para isso.
Estou angustiada. Sério. De verdade. São vários fatores – de
ordem muito pessoal e que envolvem pessoas que amo muito. A angustia vem
ocorrendo porque eu não sei o que fazer, além de ter tomado decisões muito
sérias que não competem só a mim e depois ter repensado nelas.
Naturalmente sou uma pessoa medrosa e com pouca confiança
nas minhas capacidades, apesar de muitas vezes ter colocado a “cara a tapa” e
ter partido em busca do que eu queria. Mas agora nem eu sei o que quero, nem o
que espero. Isso me deprime. Estou com medo do que vem pela frente, do que vou
ter que ouvir e principalmente ter que lidar com o fato de as pessoas que mais
amo virarem as costas para mim no momento em que mais preciso. Estou com muito
medo e às vezes acho que não vou conseguir suportar a reprovação – sabe quando
você parece que vai derreter? É mais ou menos isso que estou sentindo.
Me sinto sozinha, não sei como conversar sobre o que sinto
com ninguém, não sei que decisão tomar e principalmente, não sei quem sou.
22/05/2012
Sobre ser criança.
Estava conversando com uma amiga que me dizia que era feliz quando
se recordava da sua infância. Se tem uma época que eu não tenho saudades
nenhuma é a tal da infância. Não, não, eu tive uma família estruturada, brinquedos,
vestidinhos ridículos rodadinhos, lacinhos e um quarto cor-de-rosa, mas era uma
criança feia.
Não, também não estou me fazendo de coitada, na verdade o
tema desse post é superação. Eu fui feia, ainda não sou muito provida de beleza,
mas melhorei muito. Acho que nem mamãe me achava bonitinha. E nada nesse mundo é
pior que ser uma criança feia. Assim, eu parecia um rato gordo. Não, rato não,
porque é até um bichinho bonitinho, pense naquela ratazana, aí tá chegando
perto.
Orelhas de abano, dentes trepados, quilinhos extras e eu era a alegria da criançada, ainda mais quando eu teimava de ir à praia e aparecia com manchas vermelhas na pele porque bronzeado nunca fui meu forte – mas tento, todos os dias que posso, eu juro que tento. Ah sim, cabelo oleoso porque se existe algo que eu odeio é tratar do cabelo.
Orelhas de abano, dentes trepados, quilinhos extras e eu era a alegria da criançada, ainda mais quando eu teimava de ir à praia e aparecia com manchas vermelhas na pele porque bronzeado nunca fui meu forte – mas tento, todos os dias que posso, eu juro que tento. Ah sim, cabelo oleoso porque se existe algo que eu odeio é tratar do cabelo.
Para piorar comecei usar aparelho ortodôntico móvel, o que
me fazia babar – só alegria! – só faltaram as botinhas ortopédicas, mas essas
foram dispensadas se usasse um tamanquinho de madeira (que também era feio para
desgraça.). Eu tinha o ilustre apelido de “Dumbo”, todo dia era um: “Vai voar
pra lá Dumbo!”, ou então “Olha o Dumbo chegando, cuidado, ele vai esmagar você!”.
Eu superei o Dumbo me auto-ironizando: “Pelo menos eu vôo e você que é tão
gordo que fica plantado no chão?”.
Então veio o inicio da adolescência, eu sei meu caro leitor,
você também tinha um braço maior que o outro e seu rosto era assimétrico, todos
passamos por isso e para variar os apelidinhos mudaram, agora eu ouvia apenas
que era “Cabrunco”, nome dado ao coisa-ruim em minha terra natal; Sem essa de
que o chefe dos capirotos fora o anjo mais bonito.
Mas, o tempo passa, o tempo voa – e a poupança Bamerindus
continua numa boaaa! – e eis que a vida é uma caixinha de surpresa – Joseph Climber
ilumina – encontrei o colega que me deu o apelidinho de “Cabrunco”.
- Com licença, Mimimi, é você mesma? – Fila de banco é um
cú. Você encontra Deus, o mundo e toda a torcida do Flamengo (mesmo sendo
Fluminense).
- Sim, e você é o S.? Certo?
- Nossa, você está...diferente! Como os anos te fizeram
bem...Como você mudou! Entenda, você está linda. – para vocês verem que mudei
um bocado.
- Ah é? Obrigada pela gentileza! Você também mudou a beça.
- Ah sim, e para melhor?
- Não, você ficou feio e tosco.
Isso porque eu particularmente não guardo rancor.
01/05/2012
Voltando a realidade
Minha mãe me despreza. Seu desprezo latente por mim está até na forma de dizer "Bom dia".
Meu pai está em um nível de estresse tão absurdo que um "bom dia" pode desencadear "o que tem de bom?".
Meu cachorro tá ficando surdo.
Bem vinda de volta ao lar, Mimimi.
Meu pai está em um nível de estresse tão absurdo que um "bom dia" pode desencadear "o que tem de bom?".
Meu cachorro tá ficando surdo.
Bem vinda de volta ao lar, Mimimi.
26/04/2012
Sobre moda européia (pt I) - a Parca (Parka)
![]() |
Suuuper sexy para fazer uma cabana com ela. |
Mas tenho que admitir o frio bizarro que estava fazendo na França nesse inicio de primavera, a parca é muito útil. Daí como é útil e relativamente barato, o povo usa em massa. É aquela histórinha, aqui as pessoas não dão a mínima como você está vestido, então pijama de flanela is the new black (em breve, duvida?) dependendo de quem o vista, do frio lá fora e etc...
E tenho certeza que aí no Brasil já deve ter uma porção de antenada querendo copiar.
24/04/2012
Quando tudo der errado...
Quando eu era adolescente e a escola técnica parecia me sufocar sempre ouvia outros sufocados dizendo:
- Se tudo der errado, eu viro hippie
- Eu viro político!
- Viro puta!
E eu sempre dizia:
- Se tudo der errado, eu vou para Paris.
Nessa época eu não tinha mais que dez reais no bolso pelo resto do mês, e o vislumbre de ir à Paris era o mesmo de ser herdeira do trono da Inglaterra.
Não precisou dar nada errado. Ou tudo deu errado, depende do meu humor e ponto de vista. Acabo de voltar de Paris - mais uma vez.
- Se tudo der errado, eu viro hippie
- Eu viro político!
- Viro puta!
E eu sempre dizia:
- Se tudo der errado, eu vou para Paris.
Nessa época eu não tinha mais que dez reais no bolso pelo resto do mês, e o vislumbre de ir à Paris era o mesmo de ser herdeira do trono da Inglaterra.
Não precisou dar nada errado. Ou tudo deu errado, depende do meu humor e ponto de vista. Acabo de voltar de Paris - mais uma vez.
24/03/2012
Do outro lado do oceano
Estou de volta a Europa - no momento em Lisboa.
As vezes sinto que é necessário cruzar o oceano para achar (mais uma vez) as respostas que podem estar ao meu lado
As vezes sinto que é necessário cruzar o oceano para achar (mais uma vez) as respostas que podem estar ao meu lado
18/03/2012
Mantenha-se andando
Eu criei esse blog para reclamar, falar o que penso sem parecer pedante; resmungar das escolhas que fiz e outros mimimis.
Reclamar sem precisar alugar uma pessoa: você lê se quiser, senão fecha o browser e vai ser feliz. Eu não preciso ser chata te alugando e nem você tem que me aturar - são escolhas.
Nós sempre estamos presos a escolhas, que nem sempre são as mais felizes até porque não dá para saber previamente onde tudo vai dar. Como diz Kundera em "A insustentável leveza do ser" : "Tudo é vivido pela primeira vez e sem preparação. Como se um ator entrasse em cena sem nunca ter ensaiado" e isso é a vida.
Eu escolhi o curso errado na faculdade, mas o fiz porque acho que quando começamos uma coisa temos que ir até o final e aqui estou fazendo mais uma reclamação dessa escolha.
Porém, reclamação não leva a lugar nenhum, muito menos chorar a perda do "tempo" derramado (se torna mais uma perda de tempo), e aqui estou, novamente dando mais um passo e fazendo mais uma escolha - se vai dar certo ou não, se serei feliz, não sei. O que importa é se mover!
A minha decisão foi fazer vestibular novamente, novamente para uma faculdade pública. É é com muita alegria e uma ansiedade maior ainda que digo a vocês: PASSEI EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO!!!!
Agora não importa o caminho tomado, todos eles me levam a Roma.
Reclamar sem precisar alugar uma pessoa: você lê se quiser, senão fecha o browser e vai ser feliz. Eu não preciso ser chata te alugando e nem você tem que me aturar - são escolhas.
Nós sempre estamos presos a escolhas, que nem sempre são as mais felizes até porque não dá para saber previamente onde tudo vai dar. Como diz Kundera em "A insustentável leveza do ser" : "Tudo é vivido pela primeira vez e sem preparação. Como se um ator entrasse em cena sem nunca ter ensaiado" e isso é a vida.
Eu escolhi o curso errado na faculdade, mas o fiz porque acho que quando começamos uma coisa temos que ir até o final e aqui estou fazendo mais uma reclamação dessa escolha.
Porém, reclamação não leva a lugar nenhum, muito menos chorar a perda do "tempo" derramado (se torna mais uma perda de tempo), e aqui estou, novamente dando mais um passo e fazendo mais uma escolha - se vai dar certo ou não, se serei feliz, não sei. O que importa é se mover!
A minha decisão foi fazer vestibular novamente, novamente para uma faculdade pública. É é com muita alegria e uma ansiedade maior ainda que digo a vocês: PASSEI EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO!!!!
Agora não importa o caminho tomado, todos eles me levam a Roma.
07/03/2012
O pum
Recentemente fui visitar uma prima que tem um filho de 6 anos - o D. que me chama de tia - o qual resolveu me fazer companhia no banco de trás do carro.
Estava tudo bem quando sinto aquele cheiro de podre no carro:
- D. você soltou um pum? - perguntei ao garotinho. Ele começou a rir - CARACA! Comeu carniça, rapaz?
- Peidei, tia. Peidei mesmo. E se tiver que peidar, peido de novo porque é bom.
Impossível não amar <3
Estava tudo bem quando sinto aquele cheiro de podre no carro:
- D. você soltou um pum? - perguntei ao garotinho. Ele começou a rir - CARACA! Comeu carniça, rapaz?
- Peidei, tia. Peidei mesmo. E se tiver que peidar, peido de novo porque é bom.
Impossível não amar <3
17/02/2012
Por aí
Estou escrevendo a bordo de um trem seguindo para Boston, nos EUA. É carnaval no Brasil e deve estar fazendo um calor abafado com pancadas de chuva, imagino. Todo carnaval é assim, pelo menos na região que moro no Brasil, é. Aqui, em contrapartida, está um frio do caralho a vegetação está avermelhada e nevou recentemente - o que na minha reles opinião, deixa sempre a cidade ainda mais bonita.
Estou há duas semanas andando pelos Estados Unidos, primeiro estive em uma Orlando cheia de parques e turistas brasileiros, mas com uma cidade vazia sem gente andando pelas ruas. Só se vê gente nos parques e outlets. Depois fui passar alguns dias na fria Nova Iorque, cidade da qual não gostei (!). Acho que eu tinha expectativas muito altas em relação à cidade, esperava por exemplo, que o Central Park fosse quase uma floresta da Tijuca.
Eu gosto de viajar. Aliás, é um dos meus maiores prazeres, é quando dou um tempo da correria cotidiana. Gosto de viajar sozinha, assim, ir para um lugar completamente diferente sem ninguém a tiracolo. Não que eu seja antissocial, até sou bem sociável, o lance é que não suporto horários e frescurisses, seja viajando seja no cotidiano. Sou daquela que acredita que "Deus ajuda quem cedo madruga" e que dorme tarde, ou não dorme. Gosto de degustar o local da minha maneira: seja colocando a mão em todas as árvores do caminho, tirando o sapato para sentir a grama ou simplesmente olhando rápido. Certa vez fui a Londres assim e está entre os melhores episódios da minha vida. Já fui também a Buenos Aires acompanhada do Boy Magia, que tem o mesmo estilo que eu e também foi inacreditável.
Bem, voltando a essa viagem, o que mais está marcando além do frio descomunal que parece que está furando os ossos é a solidão. Não minha, mas daqui. Orlando tem o título de "the happiest place on Earth", e foi de longe o lugar mais triste que já tive o prazer de ir. As ruas infinitas e bem cuidadas com calçadas impecáveis contrastavam com a falta de pessoas circulando, conversando, brincando ou apressadas para o trabalho. Até o cemitério tinha pouca gente enterrada - bizarrices da tia Mimimi, eu adoro visitar cemitérios quando viajo, pode me reprimir, está permitido.
Tudo parecia triste...e até eu estava ficando. Acho que a verdadeira alma e graça da cidade está em seus habitantes, hábitos e cordialidade, sem isso é apenas um monte de blocos, concreto, árvorezinhas, sem nenhum sentido de estar ali.
Enfim, essa firula de texto todo pra dizer que estou viajando, volto depois do carnaval, estou deprimida sem nenhuma motivação - talvez seja a falta de ver gente "de verdade".
Estou há duas semanas andando pelos Estados Unidos, primeiro estive em uma Orlando cheia de parques e turistas brasileiros, mas com uma cidade vazia sem gente andando pelas ruas. Só se vê gente nos parques e outlets. Depois fui passar alguns dias na fria Nova Iorque, cidade da qual não gostei (!). Acho que eu tinha expectativas muito altas em relação à cidade, esperava por exemplo, que o Central Park fosse quase uma floresta da Tijuca.
Eu gosto de viajar. Aliás, é um dos meus maiores prazeres, é quando dou um tempo da correria cotidiana. Gosto de viajar sozinha, assim, ir para um lugar completamente diferente sem ninguém a tiracolo. Não que eu seja antissocial, até sou bem sociável, o lance é que não suporto horários e frescurisses, seja viajando seja no cotidiano. Sou daquela que acredita que "Deus ajuda quem cedo madruga" e que dorme tarde, ou não dorme. Gosto de degustar o local da minha maneira: seja colocando a mão em todas as árvores do caminho, tirando o sapato para sentir a grama ou simplesmente olhando rápido. Certa vez fui a Londres assim e está entre os melhores episódios da minha vida. Já fui também a Buenos Aires acompanhada do Boy Magia, que tem o mesmo estilo que eu e também foi inacreditável.
Bem, voltando a essa viagem, o que mais está marcando além do frio descomunal que parece que está furando os ossos é a solidão. Não minha, mas daqui. Orlando tem o título de "the happiest place on Earth", e foi de longe o lugar mais triste que já tive o prazer de ir. As ruas infinitas e bem cuidadas com calçadas impecáveis contrastavam com a falta de pessoas circulando, conversando, brincando ou apressadas para o trabalho. Até o cemitério tinha pouca gente enterrada - bizarrices da tia Mimimi, eu adoro visitar cemitérios quando viajo, pode me reprimir, está permitido.
Tudo parecia triste...e até eu estava ficando. Acho que a verdadeira alma e graça da cidade está em seus habitantes, hábitos e cordialidade, sem isso é apenas um monte de blocos, concreto, árvorezinhas, sem nenhum sentido de estar ali.
Enfim, essa firula de texto todo pra dizer que estou viajando, volto depois do carnaval, estou deprimida sem nenhuma motivação - talvez seja a falta de ver gente "de verdade".
13/01/2012
Das coisas que (não) são minhas
Uma das coisas a qual acostumei é não ter privacidade. Não existe uma carta ou documento que eu receba que não seja aberto antes de mim. Nem extratos de banco ou felicitações de aniversário, tudo é aberto e minhas contas postas a mesa da sala jantar. Não me incomodo porque não tenho nada a esconder, meus gastos são com coisas licitas e por ser funcionária pública, basta abrir o jornal do concurso passado e vai saber exatamente quanto ganho.
Minhas gavetas são periodicamente revistadas, bem como minhas bolsas, carteiras, mochilas e sapatos. Os remédios que eu tomo são de conhecimento público, as quantidades e para o quê.
As vezes acho que estão tentando achar uma ogiva nuclear no meu quarto de 9 metros quadrados.
Meus pais sempre foram assim, sem motivo algum e justamente por não ter o que esconder, me importo menos do que deveria exceto quando os meus quereres são indagados.
Eu trabalho desde os 17 anos e sempre paguei minhas contas. Meu nome é limpo no SERASA, SPC e o banco onde sou correntista me ama de paixão. Na minha casa meu pai estipulou - além das óbvias e naturais - algumas contas para pagar, a fim de que eu "administrasse meu dinheiro". Também nunca entendi isso, mas pago religiosamente na vaga esperança de ter pelo menos o meu espaço respeitado. Mas isso não aconteceu, não acontece e nunca acontecerá. Já cheguei em casa e encontrei todas as minhas bolsas jogadas no chão e a ordem do meu pai para dar um fim naquilo, vender, dar, tirar de casa - porque eu "não preciso de tanta bolsa". Todas foram compradas com o meu salário. Já tive que dar explicações sobre um empréstimo que peguei para o Boy Magia no meu nome. E hoje, cheguei em casa, exausta de um dia cansativo do trabalho e ainda tive que ouvir um esporro escrotissimo porque a minha gaveta, do meu quarto está cheia de papel. Aos gritos com direito a todos os vizinhos ouvirem.
Honestamente, eu NÃO ligo de futucarem as minhas coisas mas eu LIGO MUITO da minha vida virar um circo. Onde obviamente eu sou a palhaça.
Estou aqui pensando enquanto escrevo esse texto: porque diabos eu não me rebelo e mando tudo as favas? Falo que é meu e ponto final? Tenho medo. Diálogo nunca foi o forte daqui de casa, normalmente é monólogo onde um dá lição de moral e o outro escuta (oi Mimimi?).
Outra pergunta que não quer calar na minha cabeça é: se há 6 anos eu me sustento sozinha, porque moro com eles ainda? Tenho medo.
Mas a de se convir que para não ter liberdade e ainda pagar contas de casa, é melhor eu arriscar a ter um espaço onde eu possa colocar as cartas na minha mesa e decidir se quero abrir ou não.
Estou cansada, com dor de cabeça, unhas roídas e sem espaço na minha casa. Tudo que eu mais queria agora além de um banho gelado para esfriar a cabeça era fechar o meu mundo para visitação.
Minhas gavetas são periodicamente revistadas, bem como minhas bolsas, carteiras, mochilas e sapatos. Os remédios que eu tomo são de conhecimento público, as quantidades e para o quê.
As vezes acho que estão tentando achar uma ogiva nuclear no meu quarto de 9 metros quadrados.
Meus pais sempre foram assim, sem motivo algum e justamente por não ter o que esconder, me importo menos do que deveria exceto quando os meus quereres são indagados.
Eu trabalho desde os 17 anos e sempre paguei minhas contas. Meu nome é limpo no SERASA, SPC e o banco onde sou correntista me ama de paixão. Na minha casa meu pai estipulou - além das óbvias e naturais - algumas contas para pagar, a fim de que eu "administrasse meu dinheiro". Também nunca entendi isso, mas pago religiosamente na vaga esperança de ter pelo menos o meu espaço respeitado. Mas isso não aconteceu, não acontece e nunca acontecerá. Já cheguei em casa e encontrei todas as minhas bolsas jogadas no chão e a ordem do meu pai para dar um fim naquilo, vender, dar, tirar de casa - porque eu "não preciso de tanta bolsa". Todas foram compradas com o meu salário. Já tive que dar explicações sobre um empréstimo que peguei para o Boy Magia no meu nome. E hoje, cheguei em casa, exausta de um dia cansativo do trabalho e ainda tive que ouvir um esporro escrotissimo porque a minha gaveta, do meu quarto está cheia de papel. Aos gritos com direito a todos os vizinhos ouvirem.
Honestamente, eu NÃO ligo de futucarem as minhas coisas mas eu LIGO MUITO da minha vida virar um circo. Onde obviamente eu sou a palhaça.
Estou aqui pensando enquanto escrevo esse texto: porque diabos eu não me rebelo e mando tudo as favas? Falo que é meu e ponto final? Tenho medo. Diálogo nunca foi o forte daqui de casa, normalmente é monólogo onde um dá lição de moral e o outro escuta (oi Mimimi?).
Outra pergunta que não quer calar na minha cabeça é: se há 6 anos eu me sustento sozinha, porque moro com eles ainda? Tenho medo.
Mas a de se convir que para não ter liberdade e ainda pagar contas de casa, é melhor eu arriscar a ter um espaço onde eu possa colocar as cartas na minha mesa e decidir se quero abrir ou não.
Estou cansada, com dor de cabeça, unhas roídas e sem espaço na minha casa. Tudo que eu mais queria agora além de um banho gelado para esfriar a cabeça era fechar o meu mundo para visitação.
02/01/2012
Dois mil e doze
Fogos de artifício, espumante barato, chuva torrencial –
assim começou mais um ano da minha vida. Não tenho do que reclamar, a noite foi
super agradável na companhia de amigos mais do que queridos, tirando o fato que
eu queria que 2011 ficasse para tomar a saideira. Não vou ficar discursando o
quanto 2011 foi foda, épico e outras palavras de grandiosidade, o que eu quero
falar foi da sensação da virada.
Estava ali, cercada de gente que admiro, adoro e amo, viva e
saudável mais um ano, só que com um medo latente. Primeiro eu sou supersticiosa,
cafona, eu sei, mas sou. Segundo eu
virei esse ano com mais dúvidas do que respostas e definitivamente odeio muito
não saber que curso minha vida vai tomar. 2012 é ano par e tradicionalmente não
costuma ser bom, somado com as dúvidas que assolam meu reles ser, estou me
borrando de medo.
Durante cinco anos investi com força em mim, de várias
formas, mas a principal foi na questão da faculdade. Fiz uma faculdade publica
de renome e bem, depois que se está no décimo período eu me perguntei:
PUTAMERDA E AGORA? É, e agora? Não consegui trabalhar na área a fim, talvez por
ser um curso um tanto quanto saturado e ainda por existirem profissões
complementares que há de se convir que fazem a mesma coisa as vezes até por um
salário menor. Durante esses cinco anos ouvi sempre que era um curso que não ia
me acrescentar muita coisa, curso de gente com dúvida ou preguiçoso, e
honestamente isso me ofendia muito, até porque ralei tanto quanto um estudante
de engenharia. Bati de frente com todo mundo para levar o curso adiante, o único
apoio de verdade que encontrei foi no bofe, fora isso só ouvia que deveria ter
feito outra coisa. E agora? Bem, eu acho que deveria ter feito outra coisa.
Por mais que não pareça, eu sou uma pessoa extremamente
organizada com o tempo. Gosto de fazer um quadrilhão de coisas ao mesmo tempo
para preencher qualquer possível espaço vazio, e o quanto antes atingir minhas
metas. Então já de muito tempo já falava: com 17 termino o ensino técnico, com
23 o superior, aí, com 23 mesmo começa o mestrado, em paralelo faço faculdade
de ciências contábeis e depois quando terminar os dois faço o doutorado, caso e
tenho filhos. Uhull. O lance é que com 23 eu não vou fazer meu mestrado eu vou
é sentar meu traseiro em um banco de faculdade outra vez, e não é para fazer
ciências contábeis por prazer, mas para fazer uma faculdade de engenharia –
sabe, recuperar o tempo “perdido”. Para meu pavor, tudo mudou e como eu estava
crente da vida que nunca mais ia fazer vestibular aha, me lasquei.
Isso está me matando, sei que está. Fazer algo que não quero
fazer, mas que vai me garantir um grande salário para enfim desfrutar dos
prazeres da classe econômica num vôo para a Europa. Porque também não adiantou
fazer o que eu queria sendo que com isso os prazeres da vida – e minha classe econômica
– ficaram bem longe da realidade.
Enfim, feliz 2012 para nós.
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