17/02/2012

Por aí

Estou escrevendo a bordo de um trem seguindo para Boston, nos EUA. É carnaval no Brasil e deve estar fazendo um calor abafado com pancadas de chuva, imagino. Todo carnaval é assim, pelo menos na região que moro no Brasil, é. Aqui, em contrapartida, está um frio do caralho a vegetação está avermelhada e nevou recentemente - o que na minha reles opinião, deixa sempre a cidade ainda mais bonita.
Estou há duas semanas andando pelos Estados Unidos, primeiro estive em uma Orlando cheia de parques e turistas brasileiros, mas com uma cidade vazia sem gente andando pelas ruas. Só se vê gente nos parques e outlets. Depois fui passar alguns dias na fria Nova Iorque, cidade da qual não gostei (!). Acho que eu tinha expectativas muito altas em relação à cidade, esperava por exemplo, que o Central Park fosse quase uma floresta da Tijuca.
Eu gosto de viajar. Aliás, é um dos meus maiores prazeres, é quando dou um tempo da correria cotidiana. Gosto de viajar sozinha, assim, ir para um lugar completamente diferente sem ninguém a tiracolo. Não que eu seja antissocial, até sou bem sociável, o lance é que não suporto horários e frescurisses, seja viajando seja no cotidiano. Sou daquela que acredita que "Deus ajuda quem cedo madruga" e que dorme tarde, ou não dorme. Gosto de degustar o local da minha maneira: seja colocando a mão em todas as árvores do caminho, tirando o sapato para sentir a grama ou simplesmente olhando rápido. Certa vez fui a Londres assim e está entre os melhores episódios da minha vida. Já fui também a Buenos Aires acompanhada do Boy Magia, que tem o mesmo estilo que eu e também foi inacreditável.
Bem, voltando a essa viagem, o que mais está marcando além do frio descomunal que parece que está furando os ossos é a solidão. Não minha, mas daqui. Orlando tem o título de "the happiest place on Earth", e foi de longe o lugar mais triste que já tive o prazer de ir. As ruas infinitas e bem cuidadas com calçadas impecáveis contrastavam com a falta de pessoas circulando, conversando, brincando ou apressadas para o trabalho. Até o cemitério tinha pouca gente enterrada - bizarrices da tia Mimimi, eu adoro visitar cemitérios quando viajo, pode me reprimir, está permitido.
Tudo parecia triste...e até eu estava ficando. Acho que a verdadeira alma e graça da cidade está em seus habitantes, hábitos e cordialidade, sem isso é apenas um monte de blocos, concreto, árvorezinhas, sem nenhum sentido de estar ali.
Enfim, essa firula de texto todo pra dizer que estou viajando, volto depois do carnaval, estou deprimida sem nenhuma motivação - talvez seja a falta de ver gente "de verdade".

1 comentários:

  1. talvez você tenha escolhido lugares que necessitavam de uma companhia para serem interessantes...
    Ir para Orlando sozinha realmente não combina.
    E eu sou simplesmente apaixonada por aquela cidade. rs

    Vai pra balada em NY cai na zoeira e esquece disso menina... que solidão que nada...

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