22/05/2012

Sobre ser criança.

Estava conversando com uma amiga que me dizia que era feliz quando se recordava da sua infância. Se tem uma época que eu não tenho saudades nenhuma é a tal da infância. Não, não, eu tive uma família estruturada, brinquedos, vestidinhos ridículos rodadinhos, lacinhos e um quarto cor-de-rosa, mas era uma criança feia.
Não, também não estou me fazendo de coitada, na verdade o tema desse post é superação. Eu fui feia, ainda não sou muito provida de beleza, mas melhorei muito. Acho que nem mamãe me achava bonitinha. E nada nesse mundo é pior que ser uma criança feia. Assim, eu parecia um rato gordo. Não, rato não, porque é até um bichinho bonitinho, pense naquela ratazana, aí tá chegando perto.


Orelhas de abano, dentes trepados, quilinhos extras e eu era a alegria da criançada, ainda mais quando eu teimava de ir à praia e aparecia com  manchas vermelhas na pele porque bronzeado nunca fui meu forte – mas tento, todos os dias que posso, eu juro que tento. Ah sim, cabelo oleoso porque se existe algo que eu odeio é tratar do cabelo.
Para piorar comecei usar aparelho ortodôntico móvel, o que me fazia babar – só alegria! – só faltaram as botinhas ortopédicas, mas essas foram dispensadas se usasse um tamanquinho de madeira (que também era feio para desgraça.). Eu tinha o ilustre apelido de “Dumbo”, todo dia era um: “Vai voar pra lá Dumbo!”, ou então “Olha o Dumbo chegando, cuidado, ele vai esmagar você!”. Eu superei o Dumbo me auto-ironizando: “Pelo menos eu vôo e você que é tão gordo que fica plantado no chão?”.

Então veio o inicio da adolescência, eu sei meu caro leitor, você também tinha um braço maior que o outro e seu rosto era assimétrico, todos passamos por isso e para variar os apelidinhos mudaram, agora eu ouvia apenas que era “Cabrunco”, nome dado ao coisa-ruim em minha terra natal; Sem essa de que o chefe dos capirotos fora o anjo mais bonito.

Mas, o tempo passa, o tempo voa – e a poupança Bamerindus continua numa boaaa! – e eis que a vida é uma caixinha de surpresa – Joseph Climber ilumina – encontrei o colega que me deu o apelidinho de “Cabrunco”.

- Com licença, Mimimi, é você mesma? – Fila de banco é um cú. Você encontra Deus, o mundo e toda a torcida do Flamengo (mesmo sendo Fluminense).

- Sim, e você é o S.? Certo?

- Nossa, você está...diferente! Como os anos te fizeram bem...Como você mudou! Entenda, você está linda. – para vocês verem que mudei um bocado.

- Ah é? Obrigada pela gentileza! Você também mudou a beça.

- Ah sim, e para melhor?

- Não, você ficou feio e tosco.

Isso porque eu particularmente não guardo rancor.

3 comentários:

  1. AHAHA Lu, você me fazendo rir .D
    Olha amigan, pra mim você é um exemplo de força, de quem segue em frente e luta até a última gota de suor pra conseguir o que quer. Só com isso você tem meu respeito.
    E eu tive uma infância feliz, mas sempre fui deixada de lado.

    Beijo

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